O sábado vai ganhar uma hora em dez estados brasileiros, além do Distrito Federal
Relógios devem ser atrasados em uma hora para marcar o fim do horário de verão
Os dias voltarão a começar tarde e acabar cedo. À meia-noite deste
sábado, 21, os relógios de dez estados brasileiros (Goiás, Espírito
Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo) e Distrito
Federal, devem ser atrasados em uma hora para marcar o fim do horário de
verão. O sábado vai ganhar uma hora, o que já empolga os festeiros.
"Vou aproveitar essa hora a mais na balada. O problema vai ser acordar
'desfusionada' (fora do fuso horário) no domingo", afirma Alice Castiel,
publicitária de 24 anos. O arquiteto Eduardo Zdanowicz, também de 24
anos, por outro lado, quer usar esses 60 minutos extras para descansar.
"Vou aproveitar para dormir mais", disse.
A adaptação do organismo ao fim do horário de verão costuma ser mais
simples do que o contrário. "Você ganha uma hora, então o dia fica mais
longo, é fácil entrar no ritmo. Mas existe uma parcela da população que
pode ter um despertar precoce", explica Dalva Poyares, médica do
Instituo do Sono. "A orientação é que essas pessoas tentem ir para cama
cerca de uma hora mais tarde do que o habitual. O organismo se acostuma
em dois a três dias."
Economia
O horário de verão resultou em uma
economia de energia de 4,5% nas horas mais influenciadas pela mudança
nos relógios das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, entre 18 horas e
21 horas. Considerando todo o consumo dessas regiões desde 19 de
outubro, a economia foi de 0,5%. De acordo com dados preliminares do
Ministério de Minas e Energia (MME), o horário diferenciado também
ajudou a poupar os reservatórios das usinas hidrelétricas.
Segundo
comunicado da pasta, a redução estimada da demanda no subsistema
Sudeste/Centro-Oeste foi de até 1.970 megawatts (MW) no horário de
ponta, o que equivale ao dobro da demanda de Brasília entre 18h e 21h.
Já no subsistema Sul, a economia na ponta foi de 625 MW.
Considerando
todo o período de vigência do horário de verão, a redução de consumo de
energia no Sudeste e no Centro-Oeste foi de quase 195 MW médios,
suficientes para iluminar Brasília por um mês. No Sul, a economia total
foi de 55 MW médios, o equivalente ao consumo mensal de Florianópolis
(SC). Somados, esses 250 MW médios representam 0,5% do total da energia
gasta nos Estados que adotaram o horário diferenciado.
De acordo
com o MME, o horário de verão ainda proporcionou um ganho de
armazenamento de energia nas hidrelétricas de 0,4% no sistema
Sudeste/Centro-Oeste e de 1,1% na região Sul. Devido a atual crise
energética, o governo chegou a cogitar a prorrogação do horário
diferenciado por mais um mês, até o dia 22 de março, mas cálculos
mostraram que a medida não valeria a pena pois acarretaria pouca
economia adicional de energia. Por isso, à zero hora do próximo domingo,
os relógios das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste deverão ser
atrasados em uma hora.